Quantas contas de streaming assinou nos últimos cinco anos? Quantas séries e filmes da Netflix já colocou na lista de espera para serem vistos mais tarde? Quanto tempo da sua rotina passa a ver conteúdos na HBO, Prime Video, Apple TV+ ou Disney+?
Se é uma pessoa minimamente próxima do universo do entretenimento, a probabilidade de já ter utilizado alguma das plataformas de streaming são altas. Um relatório da MPA (Motion Pictures Association) evidencia que o total de assinaturas a estes serviços de streaming chegou até 1,1 mil milhões em 2020 e, a menos que seja uma daquelas pessoas que contraria pesquisas de consumo, temos quase a certeza que é mais um entre os espectadores da atual (e, ao que parece, longínqua) guerra dos streamings.
A Independence Insights desta semana é sobre as rupturas necessárias no mercado audiovisual, mas também sobre a sua capacidade de adaptação a novos cenários.
Não é segredo para ninguém que, desde o início, a relação entre TV e as empresas de streaming exigiu elasticidade. E é claro que essa relação fica ainda mais intensa quando o assunto é dinheiro: nos últimos anos, parte da verba de marcas investidoras, que antes era direcionada para anúncios televisivos, migrou em peso para as plataformas de streamings. Não se espera menos quando a Netflix lidera o ranking de alcance de conteúdos com 200 milhões de assinantes, seguido pela Disney+ com 95 milhões. Os consumidores que antes eram quase exclusivos dos programas televisivos, agora têm várias outras opções de entretenimento para partilhar a sua atenção e tempo.
Conforme o mercado evolui, é natural que novas tendências publicitárias apareçam.
No cenário dos streamings, os tradicionais anúncios não são uma boa prática - enquanto utilizadores tentamos evitar ao máximo que o nosso conteúdo seja pausado para surgir publicidade, por exemplo. Surge, assim, o branded content como a grande oportunidade para estas plataformas. É claro que ninguém quer ficar de fora: a WarnerMedia criou um estúdio para ajudar as marcas a conectarem-se com a sua propriedade intelectual em algumas das plataformas (principalmente no seu mais recente streamer, HBO Max). A Amazon lançou alguns novos formatos de anúncios para a Fire TV, o dispositivo para TVs. O Roku também desenvolveu o Roku Brand Studio, projeto focado em ajudar os profissionais de marketing a irem além do já conhecido e se aventurarem entre todas as possibilidades nacriação de conteúdo.
À medida que usamos cada vez mais parte do nosso tempo enquanto espectadores de streaming, mais o mercado publicitário cresce nestas plataformas - não é em vão que hoje já há tantos tipos, formatos e segmentação de anúncios. Para as marcas, a dica é saber usá-los estrategicamente para vencer a batalhapela atenção do consumidor.
Para quem ficou curioso com o assunto, vale a pena aprofundar neste artigo da AdAge, que explica com mais detalhes (e números).
Para além do dinheiro da publicidade, os canais de streaming também estão a conquistar outras formas de recompensa pelos seus trabalhos: prémios!
No último fim de semana, a Netflix tornou-se a plataforma ou rede com mais Emmys em toda a história, acumulando o total de 44 estatuetas. A premiação, que celebra o melhor da TV Americana, destacou a plataforma por algumas das produções preferidas dos seus assinantes: The Crown, Halston e The Queens Gambit. As concorrentes de streaming também não ficaram atrás - HBO e HBO Max, juntas, levaram 10 prémios, enquanto a Disney+ levou um.
Por baixo da glória e tapetes vermelhos, a questão que não se mantém é sobre a consagração gradual dos streamings enquanto potência criativa - abalando, inclusive, as estruturas da indústria tradicional do cinema. Quanto tempo temos até que os streamings se consagrem como os únicos distribuidores oficiais da sétima arte? (e, com ela, também levem para casa o seu público fiel e as verbas de produção e publicidade?). Quais serão os impactos dessa mudança, afinal? Teremos um cinema menos elitista? Teremos mais oportunidades para jovens talentos? Alcançaremos um mercado audiovisual mais internacionalizado e diverso?
Ao que parece, teremos que ver para crer nessa mudança que, neste momento, não nos parece tão distante da realidade.
Para ver todos os vencedores do Emmy 2021 divididos por plataforma, recomendamos este artigo da Variety.
E por falar em mercado audiovisual em movimento, já viu o que as empresas de streaming têm feito por aqui para aproveitar o potencial do público português?
Aulas de educação sexual com… Quim Barreiros?
Ai, que saudade da minha casinha (de papel)!
Da mesma forma que marcas procuram inovar para se aproximarem das particularidades do seu público dentro dos streamings, é mais do que importante que as próprias empresas façam bem o trabalho quando o assunto é conquistar a audiência pelo lado emocional. E, é isso… Podemos dizer que estas são campanhas portuguesas, com certeza!
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